Araxá fechou bonito a passagem dos melhores mountain bikes do mundo pelo Brasil. Os quatro dias de evento na turística cidade de Minas Gerais reuniram mais de 40 mil visitantes.
Os números extraoficiais impressionam. Cerca de R$ 5 milhões arrecadados com ingressos, R$ 1 milhão em refeições na arena. Um evento volumoso e que, se depender das entidades governamentais, está garantido para os dois próximos anos. A Warner Bros, que detém os direitos do Whoop Mountain Bike Series ainda não se pronunciou.
Na técnica pista mineira, presença dos melhores nomes da modalidade, com medalhistas olímpicos e ex-campeões mundiais. Três ausências realmente notadas na pista: o britânico Tom Pidcock, campeão olímpico e mundial, a francesa Pauline Ferrand-Prevot, que também veste a camisa arco-íris nesta temporada e, claro, Henrique Avancini, grande destaque brasileiro, que se aposentou após o título mundial no ano passado.
Henrique, porém, esteve sempre presente tanto na etapa de Mariporã quanto de Araxá, ressaltando a importância destes dois eventos para a evolução do esporte no Brasil.
GAROTOS ENCONTRAM ESPAÇO
Até pelas limitações logísticas de dois eventos em finais de semana consecutivos, um mesmo grupo de ciclistas competiu as duas etapas. Isso permitiu que os esportistas em bom momento aproveitassem o fôlego e a motivação de Mairiporã e replicassem o sucesso em Araxá. Assim, os quatro eventos da sub-23 (XCO e XCC, masculino e feminino) tiveram os mesmos campeões: o norte-americano Riley Amos (Trek) e alemã Kira BÖHM (CUBE). Os dois completaram a excursão no Brasil com 100% de aproveitamento e subiram muito no ranking UCI.
Os brasileiros foram muito bem na sub23 também. Com Alex Malacarne subindo ao pódio no XCO, no sábado, com um terceiro lugar. E com Giuliana Morgen chegando em 5º no Short Track. Ambos fazem parte de uma geração muito promissora do MTB brasileiro.
HALLY BATTEN DOMINA NO FEMININO
Em Mairiporã, Hally Batten (Specialized) andou com as melhores, mas conseguiu como melhor resultado um 3º lugar, se salvando depois de uma queda. Já em Araxá, a norte-americana estava implacável, conquistando as duas provas, o XCC e o XCO. Apenas 25ª no ranking UCI, Batten consegue sua primeira vitória na prova olímpica justamente em ano de Olimpíada. Um ânimo extra para a continuação da temporada.
KORETZKY VOA, MAS ANDREASSEN LEVA
Campeão no XCC no sábado, o francês Victor Koretzky (Specialized) estava focado na vitória do XCO no domingo também. Outro ciclista que se divide entre o MTB e a Estrada, Koretzky ditou o ritmo da prova desde o início e selecionou o grupo até ficar sozinho na ponta. Porém, na última subida, ele sofreu uma pequena queda e na sequência precisou arrumar a corrente da bicicleta. Foi ultrapassado pelos rivais e levou a galera a loucura ao conseguir se reconectar.
Porém, tanto esforço custou ao valente ciclista um pouco mais de gás na disputa do sprint final. Melhor para o dinamarquês Simon Andreassen (Cannondale), que cruzou a linha com uma pequena vantagem sobre o francês. Com 26 anos de idade, Andreassen disse que não esperava a sua primeira vitória no XCO Elite aqui no Brasil. “Tanto tempo sem vencer e eu confesso que me surpreendi”. O terceiro lugar ficou com o companheiro de equipe do dinamarquês, o sul-africano Alan Haterly.
NOVÉ MESTO E OLIMPÍADA
O pelotão agora se reencontra no final de maio para a terceira etapa da Whoop Mountain Bike Series, na tradicional etapa de Nové Mesto, na Eslováquia. Este evento tem um valor ainda mais especial, por ser o último qualificatório para os Jogos de Paris 2024.
O Brasil deve ter uma vaga no masculino e outra no feminino. Depois das etapas por aqui, a disputa está muito acirrada entre Ulan Galinsky e Alex Malacarne. E ainda mais equilibrado entre Raíza Goulão, que não correu em Araxá, e Karen Olimpio.
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